Agosto Dourado sempre teve grande importância em minha vida como enfermeira, mas este ano é ainda mais especial, pois além de profissional da saúde, sou mãe, vivendo intensamente os desafios e as alegrias da amamentação.
Inicio esse relato com olhos marejados, envolta em um misto de felicidade, entrega e sacrifício. Como pode a natureza nos proporcionar um feito tão incrível? Como posso criar com minhas energias alimento para uma criança? E além de alimento, ser afeto, amor e cuidado em formato de tetê.
A Descoberta da Amamentação
Como enfermeira, sempre tive como prática a orientação às pacientes recém-mães a manutenção da amamentação de leite materno exclusivo e em livre demanda, claro que se isso fizesse parte da realidade da família, focando nos benefícios já conhecidos para o crescimento e desenvolvimento das crianças, que a amamentação exclusiva oferece.
Por todo esse cenário, assim que me vi grávida pensei, bom, chegou minha vez, agora preciso me preparar para amamentar. E aí você se pergunta, “me preparar?”, ”a amamentação não é intuitiva?”, “meu corpo não sabe sozinho o que é preciso fazer?”. E a resposta é não, nem tudo vem com facilidade para todo mundo, por isso buscar informações e encontrar em profissionais e rede de apoio a ajuda necessária para buscar sucesso no meu objetivo, é primordial.
O Papel do Apoio na Amamentação
Antes de iniciar meu processo de amamentação, amamentar era pra mim um ato puro de amor, hoje que amamento meu filho há 4 meses é muito mais que isso, é amor no seu mais verdadeiro significado, é entrega de forças e energias que você nem sabia existir, é deixar suas necessidades básicas como o sono para alimentar alguém, é acima de tudo dar vida a pessoa mais importante desse mundo.
Os Desafios e Superações no Aleitamento Materno
Não vou romantizar e dizer que o caminho está sendo fácil, na primeira mamada a dor é grande, os machucados vem logo em seguida, a cada chorinho de fome uma lágrima escorria por saber que ia machucar mais um pouco, quando vi sangue na boca do meu filho chorei de culpa, culpa essa por não conseguir de maneira intuitiva entregar alimento puro para ele, a vontade de desistir acompanha todo o processo. Mas com o tempo vocês passam a se conhecer e se entender melhor, o bebe aprende a mamar, a mãe aprende a amamentar, e passa a ser prazeroso, tirando o período noturno que segue sendo um sacrifício, mas que sigo fazendo por opção e amor.
Conclusão: A Jornada da Maternidade
O amor por um filho não é fácil de ser descrito para as pessoas que não os tem, não existem palavras que se façam entender, e o ato de poder amamentar é pra mim a maior prova de amor que se pode oferecer a uma pessoa.
Encerro esse relato com as lágrimas rolando pelo rosto, por saber que ainda temos um longo caminho pela frente, mas que logo esse nosso momento vai deixar de existir, dando espaço para outros momentos de doação e de amor que é a jornada da maternidade.
Gostaria de ouvir as histórias de outras mães. Como foi ou está sendo sua jornada com a amamentação?
Autora: Vanessa Fraga, enfermeira do Paciente 360.